Home » Museu Municipal Pedro Nunes
O Museu Municipal Pedro Nunes foi fundado em 15 de outubro de 1894, em resultado da junção do espólio arqueológico depositado na Câmara Municipal e de doações do padre Matos Galamba e de Joaquim Correia Batista, sendo um dos museus mais antigos do país. Em 1896, o acervo arqueológico foi enriquecido com a doação de António Faria Gentil do espólio da Idade do Ferro, proveniente da necrópole do Olival do Senhor dos Mártires. Inicialmente este espaço museológico resumiu-se a um compartimento vizinho da Sala de Sessões da Câmara Municipal. Desde 1914 que ocupa a Igreja do Espírito Santo, um espaço por si só com uma história com mais de 500 anos.
Após anos de abandono e desvio de algum do seu rico espólio, o 25 de Abril de 1974 inaugurou uma nova fase na sua evolução. A antiga denominação de Museu Municipal de Alcácer do Sal foi alterada para Museu Municipal Pedro Nunes, por iniciativa do executivo camarário, a 10 de março de 1979, homenageando, deste modo, um dos maiores vultos nascidos nesta cidade. Em 1988 abriu oficialmente ao público com uma exposição permanente de objetos arqueológicos.
Desde essa altura, têm sido efetuados constantes melhoramentos e enriquecimentos das coleções, com ofertas de particulares e depósitos de documentação arqueológica decorrente da atividade científica da equipa técnica do município.
Fechado ao público desde 2007, devido ao seu avançado estado de degradação, iniciou-se uma nova fase que teve como objetivo recuperar um património que faz parte da memória afetiva da cidade e do concelho, adequando-o às suas funções, sem desvirtuar o que outrora foi a Igreja do Espírito Santo. As escavações arqueológicas aqui efetuadas revelaram uma diacronia ocupacional, com uma potência estratigráfica com cerca de dois metros de profundidade, documentando uma ocupação desde os séculos. III/IV a.C. até à época muçulmana, perdurando posteriormente como espaço funerário durante os séculos XIV/XV a XIX. Estes vestígios são compostos por estruturas correspondentes a pequenas habitações e níveis de lixeiras, estando bem delimitadas espacialmente.
Por se tratar de uma obra de valorização de um imóvel de inquestionável valor arquitetónico, foi necessário conceber de raiz um projeto de forma a adaptar o imóvel às suas funções, tendo sido efetuada uma adequada e meticulosa intervenção.
A Requalificação
Em março de 2017 iniciaram-se as obras de requalificação que visaram tornar o Museu Municipal Pedro Nunes num espaço adequado às suas funções, sem desvirtuar a outrora Igreja do Espírito Santo. Numa primeira fase das obras de requalificação foi efetuada a conservação e acondicionamento das estruturas arqueológicas identificadas durante as escavações realizadas durante os anos de 2008 a 2010. Este projeto contempla uma pequena área de estruturas visíveis (musealizadas), com o objetivo de preservar a memória das pré-existências do edifício e a exposição dos extratos arqueológicos sobre os quais a Igreja do Espírito Santo foi implantada.
As obras de manutenção e conservação em áreas como os altares aí existentes, ou as cantarias em pedra, contemplaram um vasto trabalho de conservação e restauro, que tiveram o acompanhamento de especialistas da área.
O projeto de arquitetura introduziu também novos espaços e infraestruturas adequadas ao funcionamento do museu. Assim, reinterpretou-se o coro, uma área há muito tempo desaparecida, conseguindo-se, desta forma, alargar a área expositiva deste museu.
Durante a requalificação foi possível identificar e, em alguns casos, colocar a descoberto vários altares, portas, janelas e nichos até aqui entaipados. Esta descoberta veio confirmar as muitas alterações que ocorreram no edifício e ajudar a compreender melhor a evolução que a Igreja do Espírito Santo foi sofrendo ao longo dos tempos.
A profunda intervenção de que o Museu foi alvo teve um investimento elegível de 775.140,38 euros, a que corresponde uma comparticipação do FEDER de 658.869,32 euros. A este valor somou-se a intervenção de conteúdos museológicos, que elevou o custo de toda a operação para cerca de 1,5 milhões de euros.
A Exposição
Vestígios com uma ocupação de cerca de 2.700 anos podem ser visitados no renovado Museu Municipal Pedro Nunes, inaugurado a 6 de abril de 2019.
Esta viagem pelo tempo é feita através rio Sado, o principal elo que une o Tempo e o Espaço. O mesmo rio que trouxe até Alcácer do Sal o Mediterrâneo e o Atlântico, as suas culturas e gentes.
Aqui pode conhecer-se algumas das mais fantásticas peças arqueológicas do país. Peças que contam histórias fabulosas e que transportam o visitante para outros mundos, outras épocas.
Neste novo espaço pode descobrir-se como era o porto de Alcácer na Idade do Ferro, a importância de Imperatoria Salacia da época romana, do baluarte que foi para o Islão, a tomada portuguesa de Qaṣr al-Fatḥ (Alcácer da conquista), em 1217 por D. Afonso II e, como não podia deixar de ser, de como Alcácer marcou a época dos Descobrimentos portugueses. Por último, uma justa homenagem a uma das maiores personalidades da cultura europeia: Pedro Nunes, matemático, cosmógrafo um homem da ciência conhecido como “Petrus Nonius, o salaciense”, inventor do nónio e fundador da navegação teórica que mudou a forma como os descobridores portugueses percorriam o mundo.
O Museu Municipal Pedro Nunes é como um rio, onde se pode fazer uma viagem pelos tempos de Alcácer e descobrir alguns dos mais belos segredos da História.
Horário de funcionamento
Horário de verão (julho e agosto): 9h30-13h; 15h-18h30;
Horário de inverno: 9h-12h30; 14h-17h30.
NOTA: A última entrada é feita sempre meia hora antes da hora de encerramento.
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